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Pela primeira vez na história da Argentina uma pessoa foi envenenada com material radioativo procedente de uma de suas usinas nucleares. A vítima é o dirigente sindical Damián Straschenco, que no dia 9 de maio fez soar o alerta da usina de Atucha de exposição a radiação: seu corpo tinha entre 130 e 180 milisieverts, contra a tolerância máxima de 20 milisieverts por ano. A equipe de segurança da empresa procurou a origem da contaminação e descobriu que era a garrafa de água de uso pessoal que Straschenco tinha em seu escritório, na qual fora introduzida intencionalmente água pesada vinda do reator, segundo revelou nesta sexta-feira o jornal Ámbito Financiero. Straschenco, que se recupera bem do caso de envenenamento e está fora de perigo, fez na Justiça queixa por tentativa de homicídio. A empresa responsável pela usina nuclear, Nucleoeléctrica, mantém aberta uma investigação interna no complexo, localizado na cidade de Zárate, na província de Buenos Aires.
“Nunca imaginei que como trabalhador pudesse estar exposto a um atentado com essas características. Mas o detector de radiação disparou quando passei, e embora tenha chegado em perfeitas condições, saí do trabalho com radiação no meu corpo. Isso viola não apenas nossa integridade psicofísica como também nossa fonte de trabalho, pensar que entre nós trabalham e transitam diariamente criminosos é realmente preocupante”, escreveu Straschenco em comunicado publicado por seu sindicato, Luz Y Fuerza. Fontes da empresa também confirmaram que Straschenco foi vítima do incidente. Embora o episódio faça lembrar do assassinato com polônio 210 do ex-espião russo Alexander Litvinenko em Londres em 2006, ambos os fatos têm pouca semelhança, porque a contaminação sofrida pelo trabalhador argentino é baixa e “não representa um risco para sua vida”, segundo declarou a empresa ao jornal já citado.
Fonte: El Pais
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